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Produção de castanhas-da-amazônia é alternativa sustentável para geração de renda em Tapauá

Extrativismo da espécie nativa é fonte de renda para comunidades locais e vem se fortalecendo com as atividades da Agroindústria Abufari – Produtos Amazônicos

Publicado em: 16/03/2022

Fachada da Fábrica de Castanhas Abufari, localizada em Tapauá. Foto: Cristie Sicsú/OBR-319

A castanha é um dos produtos do extrativismo de maior importância para a Amazônia. A atividade é uma fonte de renda sustentável para comunidades tradicionais, com a vantagem de que sua prática não gera impacto à floresta – pelo contrário, requer proteção das áreas de castanhais para prosperar.

Em Tapauá, castanha-da-amazônia abriu um novo cenário de desenvolvimento econômico com a instalação da Agroindústria Abufari – Produtos Amazônicos, há dois anos. A usina vem tornando a cidade um centro de produção, e não apenas um fornecedor de matéria-prima para outros estados.

Segundo o gerente da agroindústria, Raimundo Rabelo, um dos principais benefícios da presença da fábrica no local é a facilidade de escoar a matéria-prima sem a “figura” dos atravessadores, que acabam subordinando os coletores a uma lógica de forte dependência. “O produtor vende para a fábrica e a fábrica precisa de mão-de-obra, que é contratada na cidade. A prestação de serviço é toda feita no município: funcionários, transporte, entre outras atividades”, explica Raimundo. A venda da castanha direto para a fábrica também ajuda a fomentar um ciclo de geração de renda e emprego no município.

Na fábrica, o produto passa pelo processo de beneficiamento, que vai desde a quebra de ouriços até a embalagem à vácuo e segue para mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

Atualmente, a agroindústria emprega diretamente 30 pessoas e tem como principal fornecedora a comunidade Fazenda do Abufari, onde 110 famílias vivem da atividade. O objetivo é ampliar esse grupo para 200 famílias com a inclusão de novas comunidades na cadeia produtiva. A expectativa é fechar a safra de 2021 com de 8,5 mil hectolitros de castanhas in natura.

“Esse ano, trabalhamos com 30 toneladas já industrializadas. O faturamento fica em torno de R$ 1,8 e R$ 1,9 milhão”, afirma Rabelo. O gerente-geral ainda destaca que o preço final do alimento que chega à mesa do consumidor é impactado principalmente pelo volume da safra. “Os valores variam de acordo com a produção. Em safras maiores, o preço fica mais baixo”, complementa.

Agora, o plano é buscar mais parcerias com as comunidades da região para o aumento da produção e evolução do negócio. “A credibilidade da empresa está segura. É uma empresa séria e já provamos isso para as comunidades. Então, queremos aumentar a produção, aumentar a nossa distribuição, evoluir os equipamentos e máquinas. Pretendemos, daqui a três anos, estar trabalhando com 500,5 toneladas de castanha por ano”, conclui Raimundo Rabelo.

Matéria produzida pela jornalista Cristie Sicsú, enviada especial do OBR-319 a Tapauá.

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